Grupo internacional de bancos firma acordo em ações de prevenção a crimes financeiros no Brasil
O The Wolfsberg Group, grupo internacional de bancos que reúne gigantes como Banco Santander, Standart Chartered Bank, Citigroup e Credit Suisse, firmou uma parceria com a Associação Brasileira de Câmbio (ABRACAM) para a implementação de critérios mais rígidos nos sistemas de controle contra crimes financeiros no Brasil.
A parceria, que tem o aval do Banco Central do Brasil (BCB), tem o objetivo de instituir o The Correspondent Banking Due Diligence Questionnaire (CBDDQ) no país. O documento é uma espécie de auditoria realizada em instituições financeiras para garantir que a empresa utiliza as mais elevadas normas no combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento ao terrorismo.
O CBDDQ foi reconhecido pelo Comitê de Supervisão Bancária de Basileia (BCBS), entidade que regula o sistema financeiro internacional, e por outros organismos financeiros, como uma ferramenta de redução de riscos. O documento de 67 páginas inclui questões de avaliação de risco que vão desde o tempo de existência de uma empresa a tipos de negócios mais sujeitos à corrupção.
No Brasil, o número de crimes financeiros chama a atenção. Uma ferramenta criada pela Agência Moody’s aponta que em 2023, só no Brasil, foram emitidos 1,36 milhão de alertas contra possíveis crimes financeiros, colocando o país em quarto lugar em todo o mundo.
A presidente Executiva da ABRACAM, Kelly Gallego Massaro, afirma que a expectativa é que as instituições financeiras no país adotem o modelo. “Queremos tornar o sistema financeiro brasileiro mais seguro. A adoção de normas mais criteriosas de controle de riscos garante avanços na reputação do país e consequentemente melhor ambiente para negócios financeiros internacionais”.
Um levantamento da RedCompass Lab estima que apenas 1% dos crimes financeiros acabam nos tribunais. De acordo com um relatório da Nasdaq, apenas em 2023, cerca de U$$ 3,1 trilhões, algo em torno de R$ 16 trilhões de reais foram movimentados de forma ilegal no sistema financeiro internacional.