Esta publicação apresenta profissionais de entidades associadas à ABRACAM e colaboradores da associação para que a comunidade se conheça melhor e troque experiências. O convidado deste mês é Fabio Dantas dos Santos, Presidente do Conselho de Administração da ABRACAM e Diretor Comercial da Intercam Corretora de Câmbio em São Paulo. Confira a entrevista abaixo.
Como foi sua chegada ao mercado de câmbio?
Minha família é tradicional no mercado. Comecei a trabalhar na Intercam aos 13 anos em 1986 e desde então estou aqui. A Intercam foi criada em 1943 como dissidência do Grupo Denasa, do ex-presidente Juscelino Kubitschek. Meu pai era office boy no escritório dele. Tenho primos em outras corretoras e familiares aqui na Intercam.
Qual foi sua trajetória no mercado de câmbio?
Comecei como office boy, depois escriturário, datilografando os contratos de câmbio. Em seguida passei a coordenador, gerente, fui para a mesa de operações, depois me tornei gerente da mesa. Desde 2010 sou diretor da corretora. Tive uma trajetória única, mas foi um caminho íngreme porque meu pai sempre falou não poderia facilitar para mim.
Quem foi seu grande mentor profissional?
Meu pai, Jaime Dantas dos Santos. Ele trabalha há 70 anos nesse segmento e ainda não parou. Começou bem jovem como auxiliar na Denasa. JK vendeu a corretora para a família Hipólito, que depois ofereceu vender o negócio para meu pai em troca de trabalho.
Qual foi o momento mais desafiador da sua carreira?
Foi o período de 2013 a 2016, quando as corretoras foram atingidas pela Operação Lava Jato e a imagem da nossa atividade ficou bastante abalada. Eu já era diretor da ABRACAM e foi uma época muito dura para nós, com perda de associados. Nossa imagem agora está 100% restaurada e a ABRACAM foi instrumental nessa jornada. O mercado de câmbio não é para amadores. Alguns tentaram pegar o caminho mais curto e rápido e se deram mal.
Pode falar de uma grande alegria ou conquista profissional?
A conquista do meu primeiro cliente, uma grande multinacional de tecnologia, em 2006. Ainda era difícil para mim desbravar novos clientes. Eu era operador na época e essa parte ficava com a geração do meu pai. Sinto que foi uma conquista pessoal, mas com toda a estrutura da Intercam por trás.
Como você descreveria o momento atual na corretora?
O momento atual é excelente, viemos de dois anos de pandemia com faturamento crescente. Para um pós-pandemia, não poderia existir situação melhor para a corretora, que está sólida e saudável. O mercado está se abrindo novamente e quem conseguiu não fechar já é vencedor. A gente até conseguiu crescer, o que é motivo de muito orgulho.
Como você descreveria o momento atual na ABRACAM?
É um sonho realizado. Entrei em 2011 e foi minha decisão mais acertada. Meu objetivo sempre foi contribuir, nunca tive objetivo de chegar à presidência do Conselho, mas meu engajamento dentro da ABRACAM foi tão pleno que assumir o cargo foi inevitável.
Qual é seu conselho para quem está entrando agora no mercado de câmbio?
Nós teremos vários entrantes, como fintechs, que a partir de 2023 poderão realizar operações de até US$ 100 mil. É preciso entender que este é um mercado sensível e sério e não é para amadores. Meu conselho é que esse mercado não é para aventureiros. Quem acha que vai entrar sem instrumentos de compliance e enquadramento às exigências do regulador vai trocar os pés pelas mãos.
O que você gosta de fazer nas horas de lazer?
Sou um cara “normalzão”. Gosto de jogar futebol, ir à praia e estar com a família.
Se tivesse outra profissão, qual seria?
Não tive a oportunidade de ter outro sonho. Cresci em corretora de câmbio, quando era criança eu brincava que estava no escritório.
Se pudesse morar em qualquer lugar do mundo, onde estaria?
Confesso que tenho um carinho especial por Miami.