Segundo informou a Associação Brasileira de Câmbio (Abracam), com a queda da cotação do dólar, a busca pela moeda teve um aumento de 70% nas casas de câmbio se a base de comparação for o início de março.

Desde o início da semana, o dólar rompeu a barreira psicológica dos R$ 5 e está operando abaixo dos R$ 4,90, menor patamar desde o início da pandemia da Covid-19.

A Abracam destaca, no entanto, que desde janeiro a busca vinha crescendo, graças ao arrefecimento dos números da pandemia e da abertura de fronteiras para viagens internacionais.

Durante o período do Carnaval as vendas dobraram porque mais brasileiros viajaram para o exterior — levando em conta, principalmente, que 2022 foi mais um ano sem as festividades típicas da data. Na maioria das capitais, o Carnaval de rua foi cancelado.

No Rio de Janeiro e em São Paulo os desfiles das escolas de samba foram adiados para abril.

Após o feriado, a procura por dólar desacelerou, mas voltou a subir logo em seguida por conta do conflito da Rússia e Ucrânia. Com a queda da cotação da moeda, há 15 dias, as buscas já haviam aumentado 25%. A alta agora, no entanto, já é de 70%.

Ainda assim, a associação destaca que o número ainda está relativamente abaixo do período do Carnaval.

É hora de comprar dólar?

É muito difícil prever se a queda da moeda vai se sustentar por muito tempo, já que muitos fatores estão relacionados à desvalorização. Enquanto alguns especialistas veem uma ótima oportunidade de compra, outros ponderam que o ideal é aguardar uma reversão positiva e uma diminuição do fluxo internacional no Brasil.

As projeções futuras, no entanto, não apontam para um cenário de queda contínua ou tampouco da moeda se firmando abaixo dos R$ 5. A última edição do Boletim Focus do Banco Central (BC), divulgada na segunda-feira (21), trouxe uma estimativa para o câmbio este ano em R$ 5,30.